terça-feira, 31 de julho de 2012

Festival na Polônia premia filme brasileiro "O Som ao Redor"

O Brasil até que não pode reclamar do resultado do 41º Festival Internacional de Cinema de Roterdã: "O Som ao Redor", de Kleber Mendonça Filho, levou o prêmio Fipresci, que é o prêmio da crítica internacional.

O filme não ganhou nenhum dos três Tiger Awards, os prêmios concedidos para os filmes em competição. Não pude seguir a competição, mas "O Som dos Outros" representa uma estreia mais que animadora para o crítico pernambucano.

Como ele mesmo disse, trata-se de um filme sobre a sua rua, um local que conhece bem. É o ponto de partida de uma observação muito sensível sobre a sociedade desigual do Nordeste, tendo no centro três gerações de uma família cujo patriarca é um senhor de engenho.

Em suma, um filme com humor, sem pretensão a reinventar o cinema, mas capaz de contornar o óbvio, de se mostrar provocativo: uma estreia feita com orçamento modesto (cerca de R$ 2 milhões), que leva a esperar, desde já, por novos filmes desse autor.

Já a seção "Mouth of the Garbage" (nome traduzido da Boca do Lixo), deixou seus curadores, Gabe Kingler e Gerwin Tamsma, com um sorriso daqui até aqui. Era um programa de risco, que juntava no mesmo saco filmes desde o período "marginal" da Boca do Lixo ("O Bandido da Luz Vermelha", "O Pornógrafo", "Orgia ou O Homem que Deu Cria"), filmes do período que se poderia chamar "sexploitation" (o fantástico "O Império do Desejo", "Snuff - Vítimas do Prazer", "O Despertar da Besta"), até a era do sexo explícito ("Oh! Rebuceteio").

Mesmo essas classificações supõem destinos muito diversos: "O Bandido", de Rogério Sganzerla, foi um grande sucesso, enquanto "Orgia", de João Silvério Trevisan, ficou preso na censura e só há pouco tempo foi lançado em DVD. O público e os especialistas não se espantaram com essa diversidade, e em dado momento comentava-se muito "The Garbage".

O essencial, no entanto, é a abertura que essa seção representa aqui mesmo no Brasil. Digamos que na história do nosso cinema existe uma porta lateral para Rogério Sganzerla e outras, ainda menores, para Carlos Reichenbach e José Mojica Marins.
Mas é um cinema visto, essencialmente, como um desvio numa linha histórica cujo centro é o cinema novo e sua sequência, a Embrafilme.

Quanto a Ozualdo Candeias, do inventivo "A Margem", ao Claudio Cunha de "Vítimas do Prazer", ou a Jean Garrett, o lugar reservado pela história oficial era mesmo de esquecimento.

O que se pôde ver em Roterdã foi, justamente, a proposta de uma reavaliação completa desse cinema. Trata-se de saber o lugar dessa indústria do pequeno orçamento (com muito mais baixos do que altos, sem dúvida), construída sobre as ruínas da falência dos grandes estúdios (Vera Cruz, Maristela), o desencanto com os rumos do cinema novo no final dos anos 1960 e a acentuada mudança de costumes (sexuais, sobretudo) do período.

Reabrir essa discussão não significará apenas revisar um passado morto e enterrado. Essa experiência marcou bastante, afinal, a crítica contemporânea brasileira (especialmente a mais arrojada surgida a partir da revista eletrônica "Contracampo", que nunca engoliu passivamente a historiografia oficial) e o cinema pernambucano, o mais criativo do país atualmente.

É um pouco o campo, também, de Júlio Bressane, também presente a Roterdã. Ao apresentar seu filme "Rua Aperana 52", não teve meias palavras: para ele foi a Embrafilme que acabou com a criatividade da Boca do Lixo.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Nelson Rodrigues une atrizes em recital

Como parte das homenagens ao centenário do insigne dramaturgo brasileiro, e encerrando a programação da mostra "Ocupação Nelson Rodrigues", o recital "Elas Não Gostam de Apanhar" vai de hoje (sexta 27) a domingo no Auditório Ibirapuera, em São Paulo.

Com direção de Marco Antonio Braz, notável pela montagem de inúmeras peças do teatrólogo, o evento reúne pela primeira vez nos palcos as atrizes Cleyde Yáconis e Denise Fraga, que se diz emocionada em atuar com a diva.

"Eu não a conhecia. É uma bênção estar perto dela. Ver o que ela faz com as palavras. Ouvir cenas que viveu com Nelson, sobre a montagem de 'Toda Nudez Será Castigada'. Um privilégio", diz Denise.

A montagem a que se refere teve direção de Zbigniew Ziembinski (1908-1978), em 1965, com Cleyde interpretando magistralmente o papel da prostituta Geni, recusado na ocasião por diversas atrizes.

Braz afirma querer aproximar o público da obra de Nelson, por meio das vozes dessas reconhecidas intérpretes.

"Cabe a Cleyde a leitura dos textos autobiográficos, sobre a morte de Roberto, irmão de Nelson, e de outras perdas familiares. Denise fica com a memória do teatro. Nelson surge em projeções no telão, acrescentando com a própria voz comentários sobre a sua vida e obra", diz.

"Trabalhar com estas duas grandes atrizes é um perfeito aprendizado sobre a interpretação e o teatro. Cleyde principalmente, dada a sua grande experiência, nos brinda com suas lembranças e seu talento", completa o diretor.

Denise enfatiza as ironias e sutilezas presentes nos escritos que serão lidos. "O texto do Nelson corre sempre numa corda bamba dramática, trágica, absurda e cômica, tudo ao mesmo tempo."



ELAS NÃO GOSTAM DE APANHAR
QUANDO: sexta (27), sábado (28) e domingo (29), às 19h
ONDE: Auditório Ibirapuera (av. Pedro Alvares Cabral, s/nº, portão 2 do parque do Ibirapuera; tel. 0/xx/11/3629-1075)
QUANTO: de R$ 10 a R$ 20
CLASSIFICAÇÃO: 12 anos

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Máquina "transforma" títulos antigos em novos na praça da República, em SP

Um exemplar surrado de "O Xangô de Baker Street", de Jô Soares, vira um "Contos Paulistanos", de Antônio de Alcântara Machado, novinho em folha.
Já "A Incendiária", de Stephen King, transforma-se no compêndio "A Mulher e sua Épica Luta Contra o Machismo", de Judivan J. Vieira.

A mágica é feita pela Incrível Máquina de Livros, uma ação da 22ª Bienal do Livro de São Paulo, que será realizada entre os dias 9 e 19 de agosto, no Anhembi.
Na verdade, a "incrível máquina" é uma van com uma caixa dentro. A pessoa deposita um livro de sua coleção em uma abertura, aciona um botão vermelho e recebe um título novo em troca.

O veículo ficará estacionado na praça da República, no centro de São Paulo, até o próximo domingo (29) e funcionará das 9h às 16h.

"Conseguimos doações de editoras do Brasil inteiro. A ideia é fazer com que o brasileiro leia mais", conta Marcos Rufato, um dos produtores responsáveis pela iniciativa.
300 livros estão disponíveis para distribuição diariamente. Uma vez esgotados, os que foram doados pelos usuários entram na roda. "Houve quem trouxesse 49 livros. Também teve muita gente trocando na fila", conta Rufato.

Luli Borges, 39, abriu mão de um tomo de "Em Busca do Tempo Perdido", de Marcel Proust, por "Arquivo Artemis Fowl", de Eoin Colfer. Se ela ficou triste por trocar uma obra clássica por um livro infantil, meio "Harry Potter"?

"Não. O que importa é ter leitura nova. Fico deprimida quando não tenho o que ler."


quarta-feira, 25 de julho de 2012

Em novo disco, Tom Zé estuda as origens remotas do tropicalismo

"O que faz o artista trabalhar é o incômodo. É como a ostra, que, durante anos, é incomodada por uma pedrinha, e dela faz uma pérola."
Mesmo com excelente memória, Tom Zé não se lembra ao certo se ouviu tal frase de Hans-Joachim Koellreutter ou de Ernest Widmer, seus professores na Faculdade de Música da Universidade Federal da Bahia, na qual ele ingressou, em primeiro lugar, em 1964.

No fim das contas, o que vale é que as palavras são uma tradução exata da incansável figura criativa do compositor e cantor baiano de Irará, que, mais de quatro décadas depois de ser um dos artífices do tropicalismo, dá agora sua versão sobre o movimento com o disco "Tropicália Lixo Lógico".
Com lançamento marcado para o dia 30 de julho, no Circo Voador, no Rio --e em agosto, em São Paulo, sem data e local definidos--, o trabalho sairá em CD e vinil.

"O projeto de um disco que falasse desse assunto [tropicália] já existia há anos, mas eu tinha receio de me meter nessa tarefa. Finalmente deu coragem de ter medo", diz o compositor.

Tom Zé elaborou uma complexa tese com um sem fim de referências que vão da Escola de Sagres --reunião de navegadores portugueses do séc. 15-- a canções provençais, trovadores e culturas árabe, celta, assíria e egípcia.
O disco fala de alumbramentos e oralidade nos primeiros estágios do conhecimento de crianças de até dois anos, que ele chama de "analfatóteles na creche tropical".
Por volta dos sete, elas são apresentadas à lógica de Aristóteles. A soma disso com todo o conhecimento "virgem" anterior constitui o que Tom Zé batiza de "lixo lógico", que ficara isolado no "limbo do hipotálamo" dos protagonistas da tropicália, Gil e Caetano, durante anos.

No fim da década de 1960, inspirados pela efervescência de artistas --como Zé Celso, Hélio Oiticica, José Agripino de Paula, a retomada de conceitos de Oswald Andrade, Rita Lee, Os Mutantes e o rico momento do rock internacional (chamados por Tom Zé de "gatilho disparador")--, Caetano e Gil resgatam o adormecido "lixo lógico" e deflagram o tropicalismo.

PARTICIPAÇÕES

Aos 75 anos, sempre em busca de renovação, Tom Zé apresenta 16 temas inéditos --entre eles "Navegador de Canções", composto em 1972--, com participações de Emicida, Mallu Magalhães, Rodrigo Amarante, Pélico e do jovem músico pernambucano Washington.

"O primeiro encontro foi com Mallu. Fiz meia dúzia de músicas mais fluentes. Estava feita a parte que sempre preocupou o tropicalismo, de canções cantáveis e populares", diz Tom Zé.
Alguns temas servem para justificar a tese de Tom Zé, como "Apocalipsom A: O Fim no Palco do Começo" e "Apocalipsom B: O Começo no Palco do Fim", ambas com Emicida.

Além dessas, "Tropicalea Jacta Est", com Mallu, "Marcha-Enredo da Creche Tropical" e "Tropicália Lixo Lógico", com Washington, descoberto por Tom Zé em encontro com um vendedor de redes de seu bairro, Perdizes, em São Paulo, onde vive.

"Ele me disse: 'Eu tenho um filho que é cantor'. Eu pedi um CD, escutei e mandei o dinheiro da passagem pra ele vir gravar comigo."

Tom Zé não tenta reproduzir a sonoridade e a estética de discos do movimento tropicalista. O álbum traz canções leves, que falam de amor e inspirações cotidianas, como "O Motobói e Maria Clara", com Mallu, "Amarração do Amor",

"Jucaju" e "De-De-Dei Xá-Xá-Xá", com Pélico.
Ainda há espaço para "Debaixo da Marquise do Banco Central", que relata o romance entre dois moradores de rua; "A Terra, Meus Filhos", "Aviso aos Passageiros", "Não Tenha Ódio no Verão", "Capitais e Tais" e "NYC Subway Poetry Department", com Rodrigo Amarante, inspirada em uma frase repetida pelo sistema de som do metrô de Nova York.

"Quando eu disse: 'Eu tenho canções cantáveis em minha mão, puxa, podia me aventurar na ideia do lixo lógico, da creche tropical'. Aí, finalmente eu entrei nesse corredor de desespero e pavor do qual saí com esse disco nos dentes."

TROPICÁLIA LIXO LÓGICO
ARTISTA: Tom Zé
GRAVADORA: Independente/Natura Musical
QUANTO: R$ 20 (CD) e R$ 60 (vinil)

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Cena instrumental do rock brasileiro

Da surf music dos cariocas do Beach Combers ao rock eletrônico do paraense Strobo, passando pela Jovem Guarda reciclada do pernambucano Os Lontras, uma novíssima leva de bandas instrumentais se espalha pelo país, renovando uma cena que, desde o começo dos anos 00, não dá sinais de que vai se calar.Tocando conforme a própria música, impulsionada pelo poder disseminador da internet e conquistando uma fatia cada vez mais jovem do público, essa turma — que inclui também a potiguar Camarones Orquestra Guitarrística, com seu som básico, e os mineiros do Dibigode, com sua levada MPB-post-rock — optou pelo idioma dos instrumentos para fazer sua carreira decolar de forma independente, inclusive de alguém no comando do microfone.
Explorando o lado B de diversos gêneros musicais, essa turma evolui pela trilha aberta por grupos como Macaco Bong, Burro Morto, Rabotnik, A Banda de Joseph Tourton, Pata de Elefante e Hurtmold (que acompanha Marcelo Camelo), assumindo algumas dessas influências em busca de uma sonoridade própria.
— Gostamos de coisas antigas, como Dick Dale e The Pop’s, mas também somos muito fãs do Pata de Elefante — afirma Bernar Gomma, guitarrista do trio Beach Combers, que se apresenta, no sábado, no Studio RJ, lançando seu primeiro disco, "Ninguém segura os Beach Combers".

Punk e guitarrada
Em 2011, a caminho desse primeiro trabalho próprio, o grupo lançou um "web álbum", com 13 versões instrumentais de clássicos da Jovem Guarda intitulado "Na brasa volume 1".
— Foi importante para a nossa evolução ter lançado aquele disco, porque esse lado instrumental da Jovem Guarda sempre foi uma referência para a gente, assim como a surf music — conta Bernar. — Aos poucos, fomos vendo que existe um público que curte essa levada instrumental, às vezes sem nem perceber isso. Por isso, é bom ver outras bandas, de diferentes estilos, surgindo, cada uma seguindo um caminho.
O Pata de Elefante também é referência para a Camarones Orquestra Guitarrística. Criada em 2010, "de onda", para tocar trilhas sonoras de desenhos animados e filmes, a banda decidiu investir em repertório próprio e estreou em 2010 no Recbeat, tradicional evento do calendário de Recife. Não parou mais. Só no ano passado, foram 120 shows — neste ano, já passaram dos 40.
— Os shows acabam fomentando essa cena. O guri vê o Macaco Bong tocar e daqui a pouco está formando uma banda instrumental — acredita o tecladista Anderson Foca.
No CD "Espionagem industrial" a banda mostra a potência de sua música, que bebe de alguns dos gêneros mais pulsantes que já passaram pelas caixas de som do planeta.
— Nossa base é o rock, mas gostamos de ska jamaicano dos 1960, punk rock básico de 1977, tipo Ramones, surf music antiga e também o mais novo, música paraense — lista Foca.
O Strobo, de Belém, carrega elementos da música paraense no sangue. Seu caminho começou a ser trilhado em janeiro de 2011, quando Léo Chermont (guitarra) e Arthur Kunz (bateria e programações) se uniram. Desde então, o grupo — que chamou a atenção durante o festival Abril Pro Rock 2012 — lançou três EPs virtuais ("001", "Bizarro Dance Club" e "Quando se perde a inocência") e um CD, homônimo, reunindo esse material, lançado no começo deste ano.
— Tentamos achar um meio termo entre a nossa paixão pela eletrônica, por Led Zeppelin e até mesmo pela guitarrada — conta o baterista, que toca também na banda do conterrâneo Felipe Cordeiro. — Somos fãs do Macaco Bong e sabemos que temos que encontrar uma identidade própria para nos destacarmos dentro dessa nova cena. Afinal, não basta apenas tirar o vocalista e fazer um som sem novidades.

Música de praça de alimentação
Tiago Eiras, baterista da mineira Dibigode, identifica características regionais na atual cena instrumental brasileira:
— As bandas de São Paulo (Hurtmold, São Paulo Underground) têm uma unidade sonora estética, com muitos efeitos, bastante experimentação eletrônica. Acho fantástico, mas a onda mineira é outra, trabalhamos muito a melodia, talvez por influência do Clube da Esquina. E o jazz é muito forte em BH.
Mas jazz e Clube da Esquina não bastam para demarcar os limites da música do quinteto mineiro. O apuro instrumental e melódico está presente ali, sim, mas em momentos como "Debaixo d’água" eles denunciam a origem.
— Quando formamos a banda, ouvíamos muito Tortoise e nos identificávamos com a ideia de explorar novas estéticas — afirma o baterista. — Mas, dentro da nossa realidade, com chocalho, berimbau, violão faltando corda. As músicas de nosso CD não têm uma uma unidade estética. Umas são mais jazz, outras rock, latinas... Mas todas contam uma história. Por isso, nosso público vai do circuito alternativo ao tiozão que está na pracinha de bobeira.
Dibigode também atenta para o lado visual. Lançado no fim de 2011, o disco "Naturais e idênticos ao natural de pimentas da Jamaica e preta" é, na verdade, um livro com textos e arte gráfica (além do código para baixar as músicas, que, no final do mês, estarão disponíveis gratuitamente e remasterizadas no site da banda). E os shows incluem sempre intervenções de vídeo, dança ou o que vier à cabeça.
Os Lontras — projeto instrumental dos integrantes do Mombojó — também parecem se preocupar com o aspecto visual. Afinal, até agora, como nota, brincando, o guitarrista Marcelo Machado, o único investimento na banda foi o néon escrito "Os Lontras" que fica no meio do palco. A brincadeira tem um tanto de verdade ao apontar certa despretensão. O projeto é visto pelos músicos pernambucanos como um momento de relaxamento musical. Som de fundo mesmo.
— Não nos preocupamos em inovar no Lontras, a ideia é fazer som ambiente. Queremos, se possível, fazer nosso show sempre num espaço gastronômico, fazer som ambiente para as pessoas ficarem só no bem-estar — explica Machado. — A praça de alimentação é o melhor lugar para o Lontras. Se pudéssemos, faríamos uma turnê só passando por praças de alimentação.

Linguagem mais pop
Criada no início deste ano e com apenas dois shows no currículo (numa galeria em São Paulo), a banda recria a atmosfera dos arranjos de Lafayette e The Pop’s, aplicando-a a canções da Jovem Guarda — diferentes das do repertório do Del Rey, projeto paralelo do Mombojó com China, dedicado a Roberto Carlos — e outras como "Ave Maria", "Vida de viajante", "I’ll be there", "Lithium", "Sá Marina"... Nação Zumbi, Peter Bjorn and John e Sergio Mallandro também estão no repertório. Sem a pretensão de querer inovar, portanto, eles acabam soando originais.
— É diferente, sim. Mas fazemos tudo de forma muito tranquila, sem a preocupação de criar timbres, inventar nos arranjos. Se no Mombojó a quantidade de pedais que uso às vezes é um tormento, no Lontras nem distorção uso — conta o guitarrista, que arrisca uma explicação para o bom momento instrumental. — As bandas estão tendo um cuidado maior em fechar um arranjo. Não entram mais naquela de ficar num groove infinito. As músicas têm começo, meio e fim. Uma linguagem mais pop.