quarta-feira, 23 de maio de 2012

CICLO DE CINEMA E PSICANÁLISE

Em parceria com a FEPAL – Federação Psicanalítica da América Latina, e com apoio da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBP-SP) e do jornal Folha de São Paulo, a Cinemateca Brasileira inaugura, a partir deste mês, mais uma série de encontros entre o cinema e a psicanálise.
Sob a coordenação de Leopold Nosek, presidente da FEPAL, o ciclo acontece desde maio de 2011 e conta com a colaboração das psicanalistas Cintia Buschinelli, Magda Khouri e Silvana Rea. Uma nova seleção de filmes é o ponto de partida para que os espectadores possam conversar com os diversos psicanalistas convidados a respeito de temas como o processo criativo da arte, sexualidade, família, transformações culturais e os próprios paradigmas teóricos da psicanálise. O ciclo se estende até o mês de outubro, antecedendo a realização do Congresso Latinoamericano de Psicanálise da Fepal (http://www.fepal2012.com/), marcado para os dias 10 a 13/10 em São Paulo. Inspirada pelo tema do congresso, “tradição-invenção”, a programação segue trabalhando temas pertinentes à realidade latino-americana e, tal como no ano passado, acontece sempre aos domingos, às 18h00.
O ciclo será inaugurado no dia 27 de maio com a projeção da série Imagens do inconsciente, dirigida por Leon Hirszman. Realizada entre 1983 e 1986, a trilogia é fruto do contato do cineasta com o trabalho da psiquiatra Nise da Silveira. Inspirada pelas teorias de Jung, Nise da Silveira criou nos anos 1940 um método original de tratamento para seus pacientes, baseado no estímulo às atividades artísticas. Ao longo dos anos, recolheu pinturas e esculturas realizadas por eles até fundar o Museu de Imagens do Inconsciente em 1952, no qual reuniu um importante acervo. Dividido em três partes, Imagens do inconsciente de Leon Hirszman se debruça sobre três casos clínicos tratados pela psiquiatra e será projetado em versão restaurada, ainda inédita nas salas de cinema. O documentário foi restaurado no âmbito do projeto Restauro digital da obra de Leon Hirszman, patrocinado pela Petrobras. A cargo da produtora Cinefilmes, o projeto conta com apoio do Ministério da Cultura e da Cinemateca Brasileira e tem curadoria de Carlos Augusto Calil, Lauro Escorel e Eduardo Escorel. Participam do debate de abertura os psicanalistas Leopold Nosek, Carlos Byington e Cintia Buschinelli.
Ainda no primeiro semestre, o público terá a chance de conferir a exibição de clássicos do cinema brasileiro e mundial como E Deus criou a mulher, de Roger Vadim, Clamor do sexo, de Elia Kazan, A falecida, de Leon Hirszman, Limite, de Mário Peixoto, e o recente O céu de Suely, de Karim Aïnouz. Marco da liberalização dos costumes, E Deus criou a mulher escandalizou católicos e conservadores nos anos 1950. Banido em diversos países, também transformou Brigitte Bardot numa estrela internacional. Clássico do cinema americano, Clamor do sexo também investe contra o conservadorismo por meio da história de um casal de jovens que não consegue consumar o gesto amoroso em meio a uma sociedade puritana. A narrativa do filme é carregada de tensão erótica e de sugestões psicanalíticas. Num evento que se dedica a investigar por meio da psicanálise a instituição familiar, a obra do dramaturgo Nelson Rodrigues não poderia ficar de fora. Adaptação da peça homônima do escritor, A falecida ameniza os aspectos melodramáticos do universo rodriguiano para sintonizar-se aos debates que mobilizam a intelectualidade de esquerda no Brasil dos anos 1960. O filme conta com a participação de Fernanda Montenegro, em seu primeiro papel no cinema, e será exibido em cópia restaurada. Obra-prima do cinema silencioso brasileiro, Limite é também um marco do filme de vanguarda. Destacando-se pela fotografia e pela narrativa não-linear, traça uma história sobre a passagem do tempo e a condição humana, impregnada de signos eróticos. O filme foi restaurado pela Cinemateca Brasileira e pelo laboratório L’Immagine Ritrovata, da Cineteca di Bologna, na Itália, numa iniciativa da World Cinema Foundation, instituição criada pelo cineasta Martin Scorsese. Encerra a programação do primeiro semestre O céu de Suely, segundo longa-metragem do diretor Karim Aïnouz. Um dos melhores filmes brasileiros dos anos 2000, O céu de Suely narra a história de uma jovem nordestina movida por um desejo constante de trânsito e reinvenção subjetiva.
O CICLO DE CINEMA E PSICANÁLISE termina no dia 07 de outubro. Todas as projeções serão acompanhadas de conversas com psicanalistas e convidados.

fonte: http://www.arteeculura.com.br/

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